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Burle Marx

Botânico Pictórico
Curadoria: Guilherme Wisnik
23/09 - 29/10/2022

Pintura e paisagem. Toda a carreira de Roberto Burle Marx gira em torno dessa dualidade, que não representa uma oposição. Muito ao contrário, paisagismo e pintura são linguagens que se fecundam mutuamente em seu imaginário, criando uma poética extremamente singular, e que não tem par no mundo.

Depois de um início figurativo, a pintura de Burle Marx caminhou para a abstração pelo impulso do Cubismo. Expressivo e orgânico, seu gestual criou um imaginário que saltou das telas para o mundo real nos jardins e pisos que construiu em diversas cidades do Brasil e do exterior. Jardins pictóricos, estruturados por contrastes de texturas e grandes manchas de cor chapadas.

Nessa exposição procuramos apresentar um conjunto expressivo de pinturas do artista combinado a importantes projetos (construídos e não construídos) que fez para Brasília, dialogando de forma direta com o bioma do cerrado. Oportunidade para uma reflexão mais detida acerca de seus trabalhos na capital federal.

A arte de Burle Marx emana potência. Uma potência lírica, que atravessa várias linguagens e suportes, espelhando uma concepção fecunda de natureza: um ecossistema fértil, aberto e dinâmico, com o qual deveríamos viver em harmonia, e não o exaurindo de forma predatória. A arte de Burle Marx, desse modo, não se descola da política. É um chamamento para que assumamos posturas mais responsáveis diante dos recursos do planeta, e do excesso de consumo que sustenta a nossa sociedade.